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14.4.05

 

O PAPA NÃO PODE SER BRASILEIRO.

Sou um católico sem vergonha, eu sei. E não me envergonho disso. Pelo contrário, até me orgulho. Fui batizado, fiz primeira comunhão, estudei minha vida toda em colégio de padres (Colégio Santo Inácio) e de freiras (Colégio Santa Rosa de Lima) e, volta e meia me lembro de fazer o sinal da cruz quando passo em frente a uma igreja. No entanto, jamais me confessei - mais por falta de oportunidade que por outra razão - não fiz a Crisma, não vou à igreja aos domingos, não faço vista grossa para o sentido comercial que tomou conta do Natal, conto piada de coroinha pederasta e acho um absurdo que qualquer religião ostente luxo num mundo como o nosso. E o pior, falando em nome de Jesus. Nem por isso acho que vou para o inferno ou ser excomungado. Acredito piamente (o termo "piamente" aqui foi puramente ocasional, tá?) que minhas convicções me aproximaram mais do meu Deus. E se somos imagem e semelhança Dele, não há por que me subestimar.

Talvez porque tenha um ponto de vista menos xiita no que se refere a essas crenças, minhas críticas vão de encontro a uma torcida que, a cada dia, é mais comum entre todos que vivem na pluralidade religiosa (gostei deste "pluralidade religiosa". Me senti até como um deputado maranhense agora...) do Brasil. Ou seja, acho que seria um mico absurdo (pausa dramática com dedo em riste) se tivéssemos um Papa tupiniquim.

Não que Dom Cláudio Hummes esteja aquém de qualquer outro cardeal. Aliás, nem poderia ventilar esta hipótese uma vez que não entendo absolutamente nada sobre as qualificações e requisitos (políticos ou não) que o candidato ideal deva ter. Entretanto, como ficará nítido a seguir, não é nada difícil fazer uma projeção de como seria a primeira semana do Papa brasileiro:

18 de abril de 2005
- Eleito o novo Papa. É um brasileiro e não desiste nunca.

19 de abril de 2005
- O Papa é capa de quase todas as publicações do planeta. As manchetes "É do Brasil!", "O Papa verde e amarelo" e "Papa essa Brasil!" se repetem três vezes cada.
- Kleber Machado e Glória Maria apresentam ao vivo a cerimônia de posse do cardeal com comentários do Padre Marcelo Rossi.
- Como o Papa passa a ser o brasileiro mais conhecido no mundo, Pelé se irrita, convoca uma coletiva para dois jornalistas e diz que "esse tal de Vaticano aí deve ser argentino, entende?".

20 de abril de 2005
- Lula viaja novamente até o Vaticano. Leva com ele a primeira dama, o vice José de Alencar, os presidentes do Supremo Tribunal Federal, Nelson Jobim, e do senado, Renan Calheiros, os ex-presidentes Itamar Franco, José Sarney e Fernando Henrique Cardoso, todos os ministros, líderes religiosos, Romário, Arnaldo Jabor, Latino e Aloizio Mercadante (o pincher do presidente). Severino Cavalcanti não vai porque está de castigo.
- Cai o avião.
- Romário dá adeus à carreira (ou a carreira a Deus, tanto faz).
- Logo que sabe da trágica morte de Arnaldo Jabor, Diogo Mainardi vai para o bar Garota de Ipanema e dá uma nota de 20 reais para os sambistas da varanda.
- Com a morte do Latino, tem festa lá no meu apê.
- A Globo anuncia para a Sessão da Tarde do dia seguinte o filme "Lula - O presidente do povo". A chamada fica assim: "A comovente história do operário que venceu a deficiência física e se tornou símbolo de uma nação, cidadão do mundo e santo milagreiro".

21 de abril de 2005
- Severino assume a presidência da república e decreta luto oficial de sete dias e churrasco na granja do torto para a família.
- Como não tinha mais filhos, sobrinhos ou periquitos desempregados, o novo presidente nomeia o amigo Fernando Collor como vice.

22 de abril de 2005
- Ancelmo Gois publica que oito modelos-e-atrizes se apresentam como viúvas de Romário. Todas elas poderiam ser Miss Saracuruna.
- José Simão chama o novo Papa de "Papa-léguas" porque acabou com o AeroLula.
- O povo chama o Papa de pé-frio mesmo.

23 de abril de 2005
- O apresentador Gilberto Barros chora ao vivo na Band e simula um desmaio.
- O apresentador Raul Gil chora ao vivo na Record e simula um desmaio.
- O apresentador Gugu Liberato chora ao vivo no SBT e simula um desmaio.
- A apresentadora Luciana Gimenez chora ao vivo na Rede TV, mas não simula um desmaio porque não tem nem idéia do que significa a palavra "simula".

24 de abril de 2005
- A seleção paraguaia vence o Brasil por 3 a 0 nas eliminatórias da Copa do Mundo.
- Enquanto Parreira elogia as atuações de Emerson, Roque Jr. e Cris, Zagallo culpa o Pontífice pela derrota: "'O Papa é azarado' tem 13 letras!" - diz.
- O povo tem que engolir.

25 de abril de 2005
- João Kleber manda duas "gostosas" vestidas de freiras para testar a fidelidade do Papa brasileiro no Vaticano. O Papa não cai em tentação.
- João Kleber promete enviar o Oliver, o Inri Cristo e um grupo de escoteiros na semana seguinte para uma nova investida.

26 de abril de 2005
- William Bonner diz, em pleno Jornal Nacional, que o Papa tem uma filha de 18 anos que vive no interior do Paraná. Descobriram pelo Orkut.
- Quatro minutos depois a filha do Papa - já batizada pela imprensa de "Bárbara Papa" - recebe convites para sair na Playboy, Sexy, Vip, Paparazzo e num filme da produtora Brasileirinhas.
- A moça recusa, mas aceita participar do Big Brother Brasil 6. "Sou uma pessoa do bem, sabe?" - justifica.
- Vinte minutos depois o Papa renuncia alegando "problemas de saúde".
- "É brasileiro, desiste sempre!", diz a manchete do diário esportivo argentino Olé.

Pois é... melhor acreditarmos que Deus é brasileiro mesmo e ponto final. Afinal, Ele nem tem passaporte para desmentir. E quem tem Deus, Ronaldinho Gaúcho e Robinho no ataque, não precisa de Papa na defesa.